Na última semana de setembro o Cegafi conduziu um campo piloto na Flona Tapajós, na Resex Arapiuns e na Região da Várzea do município de Santarém, no Pará, para testar um questionário de avaliação de impacto das tecnologias de acesso à água na Amazônia. Além disso, a visita também serviu para iniciar uma pesquisa qualitativa com os beneficiários do Programa Cisternas. Essas ações aconteceram no âmbito do projeto Monitora Água e Alimentos, junto ao Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).
O que o Cegafi viu na visita a Santarém (PA)?
Diferentemente das cisternas no Semiárido, as tecnologias na Amazônia foram desenhadas de forma adaptada às regiões de várzea e de terra firme desse bioma, no qual um dos principais problemas, até então, se evidenciava como a baixa qualidade da água de rios e poços. Sendo assim, a tecnologia social foi construída de modo a prever o acesso à água (de chuva e de fontes superficiais ou subterrâneas, no caso do modelo comunitário), associado a uma instalação sanitária, com chuveiro, pia, vaso sanitário e fossa, para famílias isoladas ou em núcleos comunitários.
Durante a visita, foi encontrada uma realidade bastante dura nos territórios visitados, especialmente nesse período de estiagem na Amazônia, no qual as famílias às vezes têm que caminhar por horas até ter acesso à água para beber. Tais diferenças entre realidades nos auxilia no sentido de entendermos com mais precisão quais são as especificidades contemporâneas dos territórios amazônicos e o uso das tecnologias nesses territórios.
O que é o Projeto Monitora Água e Alimentos?
O projeto Monitora Água e Alimentos tem o objetivo de avaliar o Programa Cisternas, como também de compreender como está ocorrendo o acesso dessas famílias à assistência técnica, à extensão rural e ao Programa Fomento Rural, a fim de oferecer um diagnóstico sobre o acesso às políticas e de determinar se elas realmente estão suprimindo as necessidades da população.